Um oi do isolamento social
Claro que a criatura decidiria voltar a postar no meio de uma pandemia, não é mesmo? Mas depois de cinquenta dias trancada em casa, era só o que estava faltando fazer mesmo – mentira, ainda não sucumbi à tendência do pão caseiro de fermentação natural nem à reforma da quarentena. Foco no ainda.
Já arrumei a casa até cansar; cozinhei até realmente pegar confiança em poder dizer que, sim, eu sei cozinhar; surtei; chorei; lamentei os trabalhos perdidos; fotografei; perdi a inspiração (ainda estou procurando essa menina); estudei; revelei meus filmes analógicos no meu banheiro; comecei uma horta e já senti saudade de sair pra tomar um café com bolo nos meus lugares favoritos.
Nessas quase seis semanas de quarentena, tenho saído de casa só pra jogar o lixo fora e algumas poucas vezes para ir ao mercado (temos feito todas as compras online). As regras holandesas de isolamento não estão muito restritas: é mandatório manter 1,5m de distância um do outro e, até então, pessoas só podem sair em pares. Restaurantes e cafés estão fechados ou funcionando só para retirada, mercados e algumas lojas que continuaram abertas estão limitando o acesso de clientes ao mesmo tempo.
Nas primeiras semanas até saí de casa para fazer uma caminhada ao sol, mas tantas pessoas tiveram a mesma ideia que eu me senti super desconfortável. A experiência de ir fazer compras também é desagradável: são tantos detalhezinhos pra pensar que não vale o stress. E, claro, sempre podemos contar com a falta de noção dos seres humanos – gente que não segue nem a regra básica de manter 1,5m de distância, por exemplo. Por essas e outras, recolhi-me aos meus aposentos e daqui pretendo não sair tão cedo.
Ouvir Liniker, esmagar meus gatos, cuidar das minhas plantas e jogar Animal Crossing têm sido os pilares da minha sanidade mental nesse período. Os dias se arrastam, mas passam voando ao mesmo tempo. O conceito de tempo parece que realmente não existe mais. Já chegamos em 1o de maio!!! Que loucura…
E a vida segue nesse caos controlado por tempo indeterminado. Estranha e com uma montanha-russa de emoções a cada dia, mas segue.
O que tem mantido a sua sanidade em tempos de COVID-19?