Pare. Respire. Recomece.
Quando o cotidiano entra no modo automático e perdemos o foco. Quando a atmosfera ao nosso redor torna-se rarefeita. Quando o coração se estilhaça em incontáveis pedaços. Quando a vida parece um navio de toneladas que precisamos rebocar.
Pare. Respire. Recomece.
Vai ficar tudo bem.
…
Oi, feliz ano novo! Só pra não dizer que abandonei completamente o blog, vim fazer aquela atualização sorrateira pós meses hibernando e lidando com “a vida lá fora”. Que ano intenso foi 2017, hein? Blood, sweat and tears definitivamente foi o tema desse ciclo, pelo menos para mim. Além das minhas próprias tribulações, acompanhei e compartilhei de perto alguns dos perrengues e sofrimentos dos amigos esse ano e, olha… saímos vivos, mas com uns belos arranhões.
Perdi um dos grandes amores da minha vida na reta final desse ano caótico: meu gatinho ruivo, Jamie. No final de novembro viajamos pela primeira vez para Tóquio, mas tivemos que voltar correndo no quarto dia da viagem pois ele adoeceu subitamente – problemas renais, o pesadelo dos donos de gatos. Ele nunca tinha dado nenhum sinal de ter problema nos rins até viajarmos. Apesar da agilidade do nosso cat sitter incrível, que identificou super rápido que tinha algo errado, infelizmente os danos nos rins do Jamie já eram intensos demais para podermos fazer qualquer coisa. Tivemos que nos despedir, mas ele se foi do mesmo jeito que passou seus seis maravilhosos anos de vida: sem sofrimento, dormindo enroladinho no meu colo, recebendo muito amor e carinho, e ronronando até o último segundo.
Ainda é muito esquisito chegar em casa todos os dias e perceber que só temos três gatinhos agora. A casa ficou absurdamente silenciosa – ele estava sempre miando pra pedir atenção ou resmungando enquanto brincava e vivia sua vidinha de gato feliz. A hora de dormir foi a pior parte para mim; é quanto ele vinha se enrolar no meu braço direito e dormir de conchinha comigo, ronronando alto por horas. Pegar no sono sem esse ronronado forte vibrando ao meu lado tem sido insuportavelmente difícil.
Foi bem pesado lidar com a perda dele de um jeito tão súbito, mas o crematório que o recebeu após a eutanásia preparou um pequeno velório, muito bonito e respeitoso, para que pudéssemos nos despedir e acalmar o coração (o que foi extremamente importante no nosso processo de luto). Agora, suas cinzas estão em uma urna delicada no formato de um gatinho dormindo enrolado – do mesmo jeito que ele amava dormir.
Nunca fui de colocar tantas expectativas na virada de ano, mas 2017 foi um período tão intenso que estou, sim, um pouco aliviada por esse ciclo ter acabado. Não diria que foi um ano ruim, pelo contrário: apesar das perdas inestimáveis e das dificuldades, também tive momentos incríveis – como a oportunidade de finalmente viajar para a Irlanda, Tromsø e Tóquio, três dos quatro lugares que eu mais sonhava conhecer.
Antes de subir no trem pra nunca mais voltar, 2017 ainda deu um último tapa na cara enquanto acenava da janela, com a perda de um parente querido. Ainda assim, conseguimos aproveitar nossa virada com boas energias, cercados de amigos amados e nos divertindo.
Que 2018 seja mais palatável e equilibrado para todos nós!