Tromsø, Noruega: a cidade mais ao norte do mundo
Por onde começar esse post? Eu nem sei, sinceramente. Foi uma viagem tão intensa e cheia de momentos incríveis que fica difícil traduzir em palavras tudo o que senti.
Tromsø (a pronúncia é “trumsa”) é uma comuna ao norte da Noruega e é considerada a cidade mais ao norte do mundo com população acima de 50.000 pessoas (há vilas menores ainda mais ao norte, algumas com só duas pessoas!). É uma cidade universitária com muita gente jovem de todas as partes do mundo, e um dos melhores lugares no mundo para ver a aurora boreal (ou começar sua jornada para vê-las).
Fazia tempo que queria visitá-la, culpa de uma amiga que mora lá (sdds blog da Galantini), mas era um daqueles desejos que pareciam tão distantes e inalcançáveis que eu nem dava muita atenção. Até o dia que nos juntamos com outros cinco amigos e compramos as passagens de avião! #ShitGotReal. Passamos apenas quatro noites na cidade, mas enchemos a agenda de atividades. Reservamos três passeios guiados: um tour pelos fjords e uma caça à aurora com a Wandering Owl, e uma outra caça à aurora com a GreenFox. Demos azar e pegamos uma semana de clima estranho em Tromsø, com chuva e sem neve, estava até mais quente que em Amsterdam: 6C contra -7C. Imagina minha decepção depois de comprar tantas roupas térmicas para essa viagem…
Assim que chegamos, só demos uma voltinha na cidade e aproveitamos pra matar a saudade da nossa amiga (e conhecer os gatinhos lindos dela). Na manhã seguinte tínhamos agendado um passeio guiado pelos fjords e natureza local, o Arctic Landscapes pela Wandering Owl.
Encontramos nosso guia no Tromsø Visitors Center às 9:50, um moço polonês super simpático e cheio de energia chamado Tom. Embarcamos em uma van praticamente só pra gente (tinha mais um cara da Lituânia que se juntou ao nosso grupo, ele aparece em uma das fotos! haha) e partimos de Tromsø em direção a Tromvik, uma vila de pescadores. Paramos algumas vezes no meio do caminho para admirar a paisagem e tirar fotos; vimos renas sendo alimentadas por um senhor Sami (o povo indígena local), lagos imensos congelados e fjords.
Em uma dessas paradas, passamos um tempinho em Grøtfjordbtn para tomar chocolate quente com biscoitos e admirar a vista. Estava frio e ventando, mas a praia era linda – trouxe duas conchinhas de lembrança (perguntei antes se era okay tirá-las de lá, claro). Em todo o percurso, o Tom fez questão de explicar o máximo possível sobre os lugares, costumes locais e esclarecer nossas dúvidas. O destino final antes de retornar pra cidade era Ersfjordbotn: um istmo entre os fjords Ersfjorden e Kaldfjorden. É um lugar lindo, com água até perder de vista, passa uma tranquilidade imensa.
No passeio aprendi que os Sami são os donos de todas as renas de Tromsø, apesar delas andarem livremente, e somente eles podem tê-las. Antigamente, as famílias acompanhavam as renas para onde quer que elas fossem, mas hoje em dia os rastreadores facilitam a localização. São os Sami que alimentam, cuidam e decidem quais renas serão destinadas ao consumo. Fiquei com dó das reninhas fofas, mas no fim entendi que é um processo totalmente local e necessário, afinal não há muita variedade e a Noruega é bem estrita com importação de alimentos.
Também descobrimos que as tradicionais casas norueguesas, pintadas de vermelho com janelas brancas, são assim simplesmente por uma questão financeira: a tinta vermelha era a mais barata e mais fácil de encontrar. No fim, virou uma tradição. Falando em descobertas, vale saber que comida lá é bem cara: uma refeição simples em um restaurante pode facilmente sair €50. Os preços nos mercados locais (Kiwi, Coop e Spar) também são altos, e realmente não há uma grande variedade de alimentos disponíveis.
Tromsø é praticamente uma vila de tão pequena e não há muito o que fazer por lá. Queria ter ido visitar o Polar Museum, mas não deu tempo e acabamos indo apenas ao aquário: Polaria. Ele é minúsculo, só tem um tanque para quatro focas resgatadas e alguns outros aquários menores com ouriços, estrelas, caranguejos e afins.
Apesar de termos agendado só dois passeios para tentar ver as auroras, acabamos indo três noites seguidas – o que bagunçou um pouco nosso planejamento e nos deixou com menos pique durante o dia. Além de andar pela cidade (em 30min dá pra ver tudo!) e ir ao Polaria, aproveitamos o único dia de neve da nossa estadia para pegar o teleférico Fjellheisen até o topo da montanha Storsteinen, que fica bem em frente a Tromsø. Vou falar mais sobre ele em outro post, achei incrível e tiramos fotos ótimas lá!
Você provavelmente quer saber quando eu vou falar da aurora boreal, certo? Segura essa emoção. Farei um post dedicado somente às aventuras caçando as ororinhas, cheio de fotos e até com vídeo – mas se você me acompanha no Instagram, já sabe que demos muita sorte e conseguimos ver! E tem uma prévia no final do post. :)